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Atenção ao usar borra de café nestas plantas

O outono está a chegar, as temperaturas estão a baixar e os jardineiros procuram fortalecer as suas plantações antes do inverno. Muitos utilizam a borra de café como fertilizante ou repelente natural. No entanto, algumas espécies plantadas em outubro, apesar de robustas, mostram-se relutantes a este resíduo doméstico. A sua fisiologia ou preferências de solo entram em conflito com as características da borra, muitas vezes demasiado ácida, compacta ou rica em azoto. Aqui estão 5 plantas às quais nunca se deve adicionar borra de café.

Leitura obrigatória:

  1. Usa a borra de café como fertilizante? 10 plantas que não a toleram
  2. Está a envenenar as suas plantas sem saber com borra de café?
  3. Borra de café e roseira: interesses, momento e aplicação deste produto natural

Lavanda: inimiga dos solos ácidos

Símbolo das paisagens da Provença, a lavanda prospera em terrenos pedregosos, secos e básicos. Aplicar borra de café é alterar este equilíbrio: o solo acidifica-se, compacta-se e retém a humidade que esta planta teme.

O resultado traduz-se geralmente por uma floração reduzida e um declínio rápido. A lavanda prefere solos pobres, ao contrário do aporte orgânico maciço que representa a borra.

Alecrim: enfraquecido pelo excesso de azoto

O alecrim, outro arbusto mediterrânico, não se adapta bem a substratos muito ricos. A borra de café, abundante em azoto, leva a planta a desenvolver uma folhagem luxuriante mas empobrece a concentração de óleos essenciais.

As suas raízes também sofrem com um solo que se torna mais compacto e menos arejado. Este desequilíbrio compromete o sabor característico do alecrim usado na culinária e limita a sua longevidade no jardim.

Tomilho: a sobriedade comprometida

Pouco exigente, o tomilho é o arquétipo das plantas que se contentam com solos secos e magros. O aporte de borra de café impõe-lhe condições contrárias ao seu modo de crescimento: demasiada humidade, demasiada densidade, pouca respiração na terra.

Esta planta minimalista não precisa de estimulantes para prosperar, e a utilização da borra atua mais como uma restrição do que como um apoio.

Sálvia: vulnerável à compactação

A sálvia officinalis, tal como as suas primas ornamentais, tolera uma relativa riqueza do solo mas permanece muito sensível à humidade estagnada. A borra, uma vez incorporada, compacta-se rapidamente e forma uma camada impermeável.

Esta estrutura asfixia as raízes e expõe a planta aos ataques de fungos. Por estas razões, a sálvia revela-se particularmente frágil frente ao uso de borra de café espalhada diretamente no solo.

Camélias: um falso aliado

Muitas vezes associadas a solos ácidos, as camélias parecem compatíveis com a borra de café. Mas é uma ilusão. Estes arbustos ornamentais precisam de um solo leve, rico e bem drenado. A borra, ao compactar-se, bloqueia a aeração e limita a expansão radicular.

Resultado: crescimento lento, botões florais abortados e folhagem apagada. Para desfrutar das suas flores de inverno e primavera, é melhor privilegiar um substrato adaptado a plantas de solo ácido em vez de espalhar café usado.

Como gerir a borra de café?

Para os jardineiros que desejam valorizar este resíduo orgânico sem colocar em risco as suas plantações mediterrâneas ou ornamentais, existem várias soluções:

  • Compostar com outros materiais secos para reduzir sua acidez
  • Usar em pequenas quantidades para enriquecer o solo de vegetais exigentes, como curcubitáceas ou couves

Algumas plantas beneficiam da borra, como as roseiras, que têm uma verdadeira sinergia com este suplemento. De facto, a associação borra de café e roseiras é frequentemente recomendada, bem como para outras espécies apreciadoras de solos ligeiramente ácidos.

Mas em outubro, enquanto as lavandas, alecrins, tomilhos, sálvias e camélias se preparam para enfrentar o inverno, a borra de café deve ser mantida afastada destas plantas. O seu equilíbrio assenta essencialmente num solo bem drenado, pobre ou leve, longe do ambiente compacto e acidificante criado pelos resíduos de café.

PlantaTipo de solo apreciadoEfeito da borra de caféConsequências observadas
LavandaSeco, alcalino, drenanteAcidificação e humidade excessivaFloração reduzida, declínio
AlecrimPobre, pedregosoAumento de azoto e compactaçãoFolhagem abundante mas menos aromática, raízes fragilizadas
TomilhoPobre, ensolaradoSolo demasiado denso e húmidoCrescimento lento, enfraquecimento geral
SálviaLeve, drenanteBloqueio da aeração, humidade estagnanteRisco de fungos, amarelamento da folhagem
CaméliasÁcido, leve, húmicoCompactação e má aeraçãoCrescimento travado, floração comprometida

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