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Todos os outonos, milhares de folhas mortas depositam-se nos jardins e, se esta cena outonal é frequentemente associada a uma certa beleza, também pode gerar tensões entre vizinhos. De facto, quando as folhas provêm das árvores dos vizinhos, surge a questão: quem deve apanhá-las? É um dilema com o qual muitos proprietários se deparam. O caso de um reformado charentês é o exemplo perfeito. Analisamos a legislação em vigor e as decisões judiciais para saber quem deve apanhar as folhas caídas.
O que diz a legislação
Segundo o artigo 673 do Código Civil, os frutos e folhas que caem na propriedade vizinha tornam-se propriedade de quem os recebe. Isso significa que as folhas mortas devem ser apanhadas pelo proprietário do terreno onde elas caíram, mesmo que venham das árvores de um vizinho.
Este princípio jurídico aplica-se sem distinção a todas as plantas.
No caso de um reformado charentês que se queixava da queda abundante de folhas no seu jardim devido a uma árvore do vizinho, a justiça considerou que ele estava perante um desagrado normal da vida ao ar livre, não justificando uma ação judicial.
O tribunal de proximidade também decidiu que o queixoso não tinha apresentado provas suficientes para demonstrar um incómodo excessivo.
O seu pedido foi rejeitado, e ele foi condenado a pagar 1 200 euros ao seu vizinho, confirmando que as folhas mortas, ainda que abundantes, não constituem necessariamente um motivo legítimo de queixa.
É, portanto, importante compreender que a queda de folhas é um fenómeno natural e que, salvo em casos excecionais, a lei obriga cada um a cuidar das folhas caídas no seu próprio jardim, mesmo que provenham das árvores do vizinho.
No mesmo tema, podemos questionar se é autorizado colher os frutos do vizinho? É o caso quando o fruto cai no seu jardim.
Soluções antes de considerar recorrer à justiça
Antes de embarcar num processo judicial custoso e incerto, existem várias soluções para resolver este tipo de conflito amigavelmente.
Aqui estão alguns passos a escolher para evitar que a situação piore:
- Diálogo com o vizinho: em muitos casos, uma simples conversa pode encontrar um compromisso. Por exemplo, o vizinho pode aceitar apanhar parte das folhas ou podar as árvores.
- Enviar uma carta registada com aviso de receção: se o diálogo direto falhar, formalizar o pedido por escrito marca um passo importante no processo de resolução.
- Chamar um mediador ou um conciliador de justiça: estes profissionais podem facilitar a comunicação e ajudar a encontrar uma solução aceitável para ambas as partes.
- Documentar a situação: tirar fotografias regulares das folhas acumuladas ou pedir a visita de um oficial de justiça para estabelecer um auto oficial pode constituir um dossiê sólido caso a situação deva ser levada a tribunal.
- Contactar a câmara municipal: em algumas localidades, regulamentos locais podem impor a manutenção das árvores ou limitar a sua altura. A câmara municipal pode, portanto, intervir em alguns casos.
Quando e como recorrer à justiça?
Se apesar de todos estes passos, a situação persistir e não tiver sido possível encontrar um acordo, pode então ser considerado recorrer à justiça. Antes de dar este passo, é imprescindível reunir provas sólidas para apoiar a queixa.
A tabela abaixo apresenta os tipos de provas a recolher para otimizar as chances de sucesso numa ação judicial:
| Tipo de prova | Exemplo | Como obtê-la |
|---|---|---|
| Fotografias | Acumulação de folhas mortas no jardim | Tirar fotografias em diferentes períodos do ano |
| Auto de oficial de justiça | Estado detalhado do local | Chamar um oficial de justiça |
| Correspondência trocada | Carta registada enviada ao vizinho | Guardar todas as correspondências |
| Testemunhos | Declarações de testemunhas | Pedir testemunhos escritos de vizinhos |
Estas provas podem fazer a diferença num processo judicial, comprovando a extensão dos incómodos sofridos. No entanto, é sempre recomendado esgotar todas as soluções amigáveis antes de recorrer à justiça, pois um processo judicial pode ser demorado e caro.

Après une carrière dans le commerce, j’ai changé de métier il y a plusieurs années pour devenir rédactrice spécialisée dans la maison. Vous découvrirez sur ce site mes articles liés à l’énergie (pompe à chaleur, poêle, solaire, …), décoration et bricolage.