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Sob verões mais longos e quentes, o ar condicionado está a ganhar terreno nos edifícios coletivos, mas a sua instalação não se resume a colocar uma unidade exterior numa varanda: implica procedimentos, votações em AG e, por vezes, interações com a câmara municipal, especialmente se a fachada for alterada ou se o aparelho for visível desde o espaço público. Aqui está tudo o que necessita saber sobre a evacuação dos condensados de um ar condicionado.
O quadro regulamentar para a instalação de um ar condicionado
É importante compreender bem o ar condicionado para o usar corretamente e, em propriedade horizontal, existem normas a respeitar. A implantação de um ar condicionado depende do regulamento de condomínio e, em alguns casos, do Código do Urbanismo. Dois pareceres podem ser necessários: a aprovação do sindicato dos proprietários e, quando o aspeto exterior muda, uma declaração prévia na câmara municipal. Esteja ciente de que poderá beneficiar de ajudas do Estado para financiar o seu ar condicionado, como a Prime Effy, por exemplo.
A aprovação do sindicato de condomínio
Um sistema « split » associa uma unidade interior (parte privativa) e uma unidade exterior, por vezes fixada na fachada. Quando esta última é visível do espaço público ou altera a estética do edifício, uma votação em assembleia impõe-se. Três configurações frequentes:
- Unidade em espaço privativo não visível: sem autorização
 - Unidade em espaço privativo visível (varanda, guarda-corpos, acrotério): votação necessária
 - Unidade colocada em parte comum (fachada, telhado-terrace, pátio): votação indispensável
 
O escrutínio realiza-se por maioria absoluta; se não for atingida, mas pelo menos um terço dos votos forem favoráveis, pode-se organizar uma segunda votação por maioria simples. É necessária uma autorização administrativa? Sim, se a instalação tornar a unidade exterior visível da rua ou modificar a fachada: o artigo R421-17 do Código do Urbanismo impõe então uma declaração prévia distinta da aprovação de condomínio.
Quais os procedimentos a cumprir para instalar um ar condicionado
O procedimento varia segundo a localização da unidade externa e os trabalhos envolvidos (aberturas, calhas, fixação antivibratória). Quando o equipamento é discreto e sem impacto exterior, o caminho é simplificado; assim que influencia a aparência, as formalidades são reforçadas.
Em que casos pedir a autorização do sindicato?
Sempre que a unidade é visível do espaço público, quando está implantada numa parte comum ou quando envolve transformações exteriores (calha visível, abertura de guarda-corpos), é necessário o acordo escrito do sindicato após votação. Inversamente, um monobloco ou uma só unidade interior, sem modificação exterior, não requer autorização. Aqui estão as etapas para obter a autorização:
- Examinar o regulamento de condomínio para conhecer o estatuto da varanda/terraço e as cláusulas técnicas (ruído, aspeto, ancoragens)
 - Enviar ao sindicato um dossier (plantas, fotos, corte de fachada, fichas técnicas, nível de pressão sonora em dB(A), tratamento dos condensados)
 - Inscrever o pedido na ordem do dia da assembleia geral e obter a votação necessária
 - Se necessário, submeter a declaração prévia na câmara municipal (esquemas, tonalidade, localização, fixações)
 - Aguardar as decisões escritas (condomínio e câmara municipal) antes de qualquer intervenção
 - Fazer realizar a instalação por um profissional habilitado para fluidos frigorigéneos, com suportes antivibratórios e inclinação de evacuação conforme
 
Onde posicionar a unidade exterior de um ar condicionado
A unidade destinada a rejeitar o calor e evacuar os condensados é colocada no exterior: fachada, pátio interior, varanda, telhado-terrace. Quanto mais exposta estiver, maior será a vigilância regulamentar. O tratamento do escoamento (sifão, inclinação, descarga em rede ou reservatório) deve evitar qualquer gotejo sobre as partes comuns ou os lotes vizinhos, fonte de litígios recorrentes.
O que se arrisca pela instalação de um ar condicionado sem autorização?
Sem autorizações prévias, o sindicato pode exigir a desmontagem às custas do proprietário, incluindo vários anos após a instalação. Os vizinhos podem agir por perturbação anormal da vizinhança em caso de ruído excessivo ou escoamentos. A regularização pode impor a convocação de uma assembleia extraordinária e, se necessário, a repetição das aberturas e acabamentos:
| Situação constatada | Prazo de contestação | Desfecho possível | Instância | 
|---|---|---|---|
| Instalação sem acordo do sindicato | Até 10 anos após os trabalhos | Desmontagem e restauração às suas custas | Tribunal judicial | 
| Ruídos (dia/noite) | Enquanto persistir o problema | Medidas corretivas, multa, remoção do aparelho | Câmara ou tribunal | 
| Escoamento de condensados sobre vizinho/partes comuns | Conforme prejuízo | Reparação, indemnização, conformidade | Sindicato/tribunal | 
A reter: dupla autorização quando a fachada muda, dossier técnico sólido em AG e gestão dos condensados para prevenir contenciosos.
Podemos utilizar a água resultante dos condensados?
Próxima de uma água destilada, a água recuperada durante o funcionamento de um ar condicionado tem um nível de pureza suficiente para servir para certas utilizações domésticas, como a lavagem dos solos ou a alimentação das descargas das sanitas. Contudo, é imprópria para consumo humano. Antes de qualquer reutilização, deve-se assegurar que não contém resíduos gordurosos, poeiras ou partículas que possam alterar a sua qualidade e contaminar as superfícies ou dispositivos onde será utilizada.
Conselhos do profissional para a evacuação dos condensados
Na climatização, a gestão dos condensados não é um detalhe técnico: é um ponto de conformidade e conforto que influencia diretamente a durabilidade da instalação e a tranquilidade em propriedade horizontal. Um escoamento mal concebido pode causar infiltrações, bolores na fachada, ou até litígios com os vizinhos ou o sindicato. Para garantir uma instalação duradoura, é indispensável respeitar a inclinação gravitacional mínima, com um desnível contínuo de pelo menos 1% quando a evacuação é sem bomba, para evitar estagnações e depósitos calcários na conduta. A descarga direta na fachada deve ser evitada, pois o gotejamento no espaço público é proibido em muitos municípios e pode até estar sujeito a um decreto municipal. A adição de um sifão de condensados é altamente recomendada: impede o retorno de odores provenientes da rede de águas residuais e protege a linha contra contaminações bacterianas. As condutas devem ser isoladas termicamente para limitar a formação de condensação secundária na própria canalização, especialmente em colunas técnicas frias. Em zonas sujeitas a invernos rigorosos, é aconselhável um dispositivo anti-gelo para as bombas de elevação, para evitar a quebra do motor em caso de congelamento da água residual. Referências oficiais como a norma NF EN 378 que regula a segurança e o impacto ambiental dos sistemas frigoríficos, ou ainda os regulamentos municipais disponíveis nos serviços técnicos e de urbanismo, permitem verificar a conformidade dos trabalhos. As fichas técnicas dos fabricantes como Daikin, Mitsubishi Electric ou Toshiba também especificam a vazão de condensados a evacuar segundo cada modelo.
Conselho prático aplicável
Se a sua unidade exterior se encontra acima de uma varanda ou entrada de peões, instale um tabuleiro de recolha com excesso de escoamento ligado a um ponto de evacuação adequado (coluna de águas pluviais ou rede de esgotos). Isto reduz o risco de projeções sobre os transeuntes e protege a fachada das manchas calcárias.
Glossário
- Condensados: água resultante da condensação do vapor contido no ar durante o arrefecimento pelo ar condicionado
 - Bomba de elevação: dispositivo que permite encaminhar os condensados para um ponto de evacuação situado acima da saída natural
 - Inclinação gravitacional: inclinação dada a uma canalização para que a água escoe naturalmente, sob a ação da gravidade
 - Calorífugo: isolamento térmico aplicado numa tubagem para evitar perdas de calor ou a formação de condensação
 - Excesso de escoamento: saída secundária de um tabuleiro ou reservatório que permite evacuar o excesso de água quando está cheio
 - NF EN 378: norma europeia que regula a conceção, instalação e manutenção de sistemas frigoríficos e bombas de calor
 

Après une carrière dans le commerce, j’ai changé de métier il y a plusieurs années pour devenir rédactrice spécialisée dans la maison. Vous découvrirez sur ce site mes articles liés à l’énergie (pompe à chaleur, poêle, solaire, …), décoration et bricolage.