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Difíceis de distinguir para um olho destreinado, os dejetos de texugo possuem, no entanto, características precisas que permitem reconhecê-los sem confusão. Cilíndricos, medindo em média 8 a 12 centímetros de comprimento, variam de cor conforme a alimentação sazonal deste animal discreto: escuros na primavera com as minhocas, acastanhados no verão pelos insetos, mais claros no outono com as frutas. Depositados em latrinas cuidadosamente escavadas ao redor da toca ou nos limites do território, esses excrementos desempenham um papel essencial na comunicação e marcação dos clãs de texugos. Sua análise revela não apenas a alimentação, mas também a organização social da espécie. Então, como diferenciar um dejeto de texugo dos de outros animais selvagens e interpretar este sinal de presença no seu jardim?
Reconhecer dejetos de texugo: principais características
Os excrementos do texugo europeu (Meles meles) apresentam características distintivas que facilitam sua identificação. Estes dejetos de texugo geralmente medem entre 8 e 12 centímetros de comprimento para um diâmetro de 2 a 3 centímetros. Sua forma cilíndrica afunila ligeiramente nas extremidades, lembrando um charuto.
A cor varia conforme o regime alimentar do momento: preto-esverdeado na primavera quando o animal consome principalmente minhocas, castanho escuro no verão com o consumo de insetos, e mais claro no outono durante o período de frutificação.
A textura muitas vezes revela elementos não digeridos: fragmentos de insetos, pelos de pequenos mamíferos, sementes de frutas ou detritos vegetais.
Ao contrário dos dejetos de fuinha ou de javali, os excrementos de texugo têm um cheiro relativamente discreto, quase inexistente após secagem. Essa particularidade se explica pelo seu regime alimentar variado e seu sistema digestivo adaptado.
Para completar suas observações de indícios de presença (dejetos, pegadas, latrinas) e evitar erros de identificação, consulte nossas outras fichas: reconhecer a crotte de fouine (predador noturno), identificar a crotte de hérisson (grânulos escuros), diferenciar a crotte de loir (roedor arborícola), identificar a crotte de rat (habitats humanos) e reconhecer a crotte de sanglier (pelotas, cereais não digeridos).
Localização e contexto dos excrementos
O texugo não deposita seus dejetos ao acaso, esses mamíferos usam latrinas específicas, verdadeiros sanitários naturais que revelam sua organização social e territorial.
As latrinas: sanitários organizados
Os texugos cavam pequenas fossas circulares com cerca de 10 a 15 centímetros de diâmetro e 5 a 8 centímetros de profundidade, chamadas « potinhos » ou latrinas.
Esses buracos, cuidadosamente mantidos, acolhem exclusivamente os excrementos.
Você os encontrará principalmente:
- Ao redor da toca principal, em um raio de 50 a 100 metros
- Ao longo dos caminhos de passagem regular
- Nos limites do território, servindo de marcação olfativa
- Perto das zonas de alimentação frequentadas
Indícios de acompanhamento
A presença de dejetos de texugo geralmente vem acompanhada de outros sinais reveladores:
- Pegadas características com cinco dedos e garras visíveis
- Pelos presos nas cercas ou em galhos baixos
- Terra recentemente remexida ao redor das latrinas
- Caminhos na vegetação (trilhas de passagem)
Se não reconhecer os dejetos deste mamífero ao redor da sua habitação, pode ser dejetos de outro animal:
- Crotte de sanglier
- Crotte de hérisson
- Crotte de loir
- Crotte de rat
- Crotte de fouine
- Crotte de blaireaux
Diferenciação com outros excrementos
Distinguir os dejetos de texugo daqueles de outros animais selvagens requer uma observação atenta de vários critérios:
| Animal | Tamanho (cm) | Forma | Cor | Particularidades |
|---|---|---|---|---|
| Texugo | 8-12 x 2-3 | Cilíndrico | Variável conforme a estação | Em latrinas escavadas |
| Raposa | 6-10 x 1-2 | Afilada, torcida | Cinza-acastanhada | Cheiro forte, pelos e ossos |
| Cão | Variável | Compacta | Castanho | Depositada sem organização |
| Gato selvagem | 4-8 x 1-2 | Segmentada | Castanho escuro | Muitas vezes coberta |
Análise do regime alimentar
O exame dos dejetos de texugo revela informações preciosas sobre a alimentação do animal e os recursos disponíveis em seu ambiente.
Variações sazonais
O conteúdo dos excrementos evolui conforme as estações, refletindo a adaptação do texugo aos recursos naturais:
- Primavera: predominância de minhocas, alguns insetos emergentes
- Verão: insetos variados, larvas, pequenos mamíferos ocasionais
- Outono: frutas silvestres, bolotas, cogumelos
- Inverno: principalmente minhocas, atividade reduzida
Elementos identificáveis
Nos dejetos frescos, é possível distinguir vários elementos característicos. Encontram-se, nomeadamente, élitros e fragmentos de insetos como besouros ou minhocas, bem como sementes provenientes de bagas silvestres como amoras ou mirtilos.
Não é incomum também observar pelos de pequenos roedores como campestres ou ratos-do-campo, detritos vegetais como raízes ou bulbos, e até mesmo conchas de caracóis trituradas.
Significado comportamental e territorial
Os excrementos de texugo não servem apenas para a evacuação de resíduos orgânicos. Constituem um verdadeiro sistema de comunicação olfativa dentro da espécie.
A marcação territorial pelas latrinas delimita as zonas de influência dos diferentes clãs familiares. Os texugos visitam regularmente esses pontos de marcação, depositam seus excrementos e analisam os cheiros deixados por seus congêneres.
Esta prática permite-lhes conhecer a identidade, o estado reprodutivo e a saúde de outros indivíduos que frequentam o território.
A distribuição das latrinas ao redor da toca principal segue uma lógica precisa: quanto mais próximas do refúgio, mais indicam uma zona de segurança máxima. Em contraste, as latrinas periféricas marcam os limites territoriais e servem de aviso a potenciais intrusos.
Implicações para a gestão de jardins
A descoberta de dejetos de texugo no seu jardim ou horta exige uma abordagem cuidadosa. Esses excrementos indicam uma frequência regular do animal, que pode apresentar tanto vantagens quanto desvantagens.
Os texugos contribuem positivamente para o ecossistema do jardim regulando as populações de pragas (lesmas, larvas brancas, campestres).
Seus excrementos enriquecem naturalmente o solo em matéria orgânica e nutrientes. No entanto, sua presença pode causar danos às culturas, especialmente aos vegetais de raízes.
Se as latrinas estiverem na periferia da sua propriedade sem outros sinais de danos, é recomendável respeitar essa marcação territorial natural. Em contrapartida, uma frequência intensiva às vezes requer medidas de dissuasão respeitosas com o animal.
Precauções sanitárias
Embora os texugos geralmente não transmitam doenças perigosas para os seres humanos, algumas precauções são necessárias ao observar ou limpar os excrementos:
- Usar luvas ao manusear
- Evitar a inalação de poeira de excrementos secos
- Lavar cuidadosamente as mãos após a observação
- Não deixar os animais de estimação consumirem esses excrementos
Os dejetos de texugo constituem um indicador confiável da biodiversidade local e do bom funcionamento dos ecossistemas naturais. Seu reconhecimento permite uma compreensão melhor da fauna selvagem que nos rodeia e favorece uma convivência harmoniosa com esses mamíferos discretos mas benéficos.
Glossário
- Excremento: dejeto sólido rejeitado por um animal, comumente chamado de dejeto.
- Latrina: pequena fossa mantida onde os texugos depositam seus dejetos para higiene e demarcação territorial.
- Marcação olfativa: depósito de odores (urinas, excrementos, secreções) para sinalizar sua presença e delimitar um território.
- Toca: rede de galerias subterrâneas servindo de refúgio, reprodução e zona de repouso.
- Caminho: trilha discreta aberta na vegetação pela passagem repetida de animais.
- Pegada: marca de passos onde, no texugo, são visíveis cinco dedos e garras nítidas.
- Élitros: partes rígidas cobrindo as asas dos besouros, frequentemente encontradas não digeridas nos dejetos.
- Minhoca: verme de terra constituindo um recurso alimentar importante do texugo conforme as estações.
- Frutívoro: refere-se a um regime centrado nos frutos durante um determinado período.
- Clã familiar: grupo social de texugos que compartilham um território, uma toca e latrinas.
- Regime alimentar: conjunto dos alimentos consumidos por uma espécie conforme a estação e os recursos locais.
- Refúgio: zona de descanso segura ao redor da toca principal.

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